SÃO PAULO - Inventor do sensor de movimentos corporais Kinect para o console de games Xbox, o brasileiro Alex Kipman acredita que os gadgets tecnológicos vão desaparecer das nossas vistas. E ele não descarta a possibilidade de o Kinect também ser produzido aqui. De passagem pelo Brasil para comemorar a produção local do Xbox, Kipman disse, em entrevista exclusiva ao GLOBO, que o uso de sua criação em jogos é só o primeiro passo para um sistema que deve migrar gradativamente para outros tipos de entretenimento, como filmes, além da comunicação:

- A tecnologia está ficando mais complicada e colocando mais dispositivos em nossas mãos e bolsos. A visão por trás do Kinect é começar uma jornada que muda essa lógica, saindo de um mundo em que temos de entender a tecnologia para outro, em que a tecnologia começa a nos entender.

O Kinect entrou para o Guinness como o eletroeletrônico mais vendido em menor espaço de tempo. Desde o seu lançamento, em 4 de novembro do ano passado, a Microsoft vendeu 10 milhões de unidades em todo o mundo. Segundo Kipman, o acessório foi um importante vetor de aumento das vendas do Xbox, que chegou a 55 milhões de unidades comercializadas em todo o mundo.

De olho no mercado brasileiro, a Microsoft começou a produzir o console na Zona Franca de Manaus, em parceria com a Flextronics. A fabricação do Kinect no país, embora não constasse do plano inicial, não está descartada.

- Já temos parceria com a Flextronics, que também é responsável pela construção do Kinect. À medida que os consumidores brasileiros começarem a comprar, a gente vai investir no país - disse Kipman.

O número de títulos exclusivamente dedicados ao acessório cresceu junto com as vendas. Atualmente, são 60 jogos para Kinect, contra 17 quando de seu lançamento. Além disso, outros jogos para o Xbox incorporaram a possibilidade de usar o sensor de movimentos ou o comando de voz.